Ela: Eu tinha o kuboo 2321, um mini-armazém com 2m2 no segundo piso. Ele estava na unidade em frente, numa espécie de estúdio, mas muito desarrumado como seria de esperar de um homem. Eram caixas, mantas e telas por todo o lado, latas de tinta, sacos, um sem fim de tralhas a precisar de arrumação.
Ele: Pelo menos 1 ou 2 vezes por semana lá nos cruzávamos no corredor da KUBOO, sempre ao final da tarde. Um sorriso envergonhado era tudo o que tinha conseguido dela até então. Não que tenha tentado muito ou algo sequer, mas despertava-me uma curiosidade diferente.
Ela: Habitualmente ele carregava caixas e caixotes para dentro e para fora do kuboo, pedia-me sempre perdão pelo incómodo e pelo barulho…eu não me importava, de certa forma era uma companhia, recordava-me de que o meu vizinho de kuboo estava lá.
Ele: Um dia vi-a enrascada a mover uma estante daquelas que vendem aqui na KUBOO e decidi oferecer-lhe ajuda.
Começámos a conversar e ajudei-a com mais do que apenas a estante…e apercebi-me que também ela me ajudou, mesmo sem o saber.
Acabámos, sem querer, a guardar bagagem um do outro.
Uma coisa levou à outra e nisto ainda estávamos à conversa quando a Bela da recepção veio fazer a ronda antes de fechar a loja. Não tínhamos dado conta das horas passarem.
Ela: Felizmente a KUBOO tem acesso 24 horas e pudemos conversar mais um pouco.
Quando o estômago começou a dar horas fomos jantar ali perto. Ainda tinha muito espaço para arrumar, mas acho que eventualmente ambos arranjámos espaço para um novo começo.
Éramos vizinhos de kuboo…e continuamos a ser. Amigos amigos, kuboos à parte.